Houve uma época em que eu acreditava que meu mundo havia desmoronado. Tudo o que antes era belo, de repente ficou sombrio. Não consigo descrever exatamente o que senti, mas a depressão tomou conta de mim de um dia para o outro. Lembro-me claramente dos momentos de desespero, do choro incontrolável, e até da tentativa de tirar a minha própria vida. Quando não conseguimos ver uma saída, é como se o mundo perdesse totalmente o sentido.
Cheguei a me autoflagelar, me sentia triste com tudo ao meu redor. As perdas começaram a se acumular: perdi o emprego, e isso fez com que eu me distanciasse até da minha fé. Achava que frequentar uma igreja não faria diferença, que Deus não poderia me ajudar. Estava doente, tanto física quanto emocionalmente. Todos os dias, o desejo de morrer tomava conta de mim. Sentia que a vida havia acabado e eu simplesmente não tinha forças para continuar.
A depressão me consumia a ponto de eu passar dias na cama, dormindo o tempo todo. Chegou um momento em que percebi que, sozinha, não conseguiria me levantar. Foi então que busquei ajuda médica. Comecei a fazer terapia e fui encaminhada para um psiquiatra. Aos poucos, comecei a entender que havia uma saída.
No começo, eu achava que não tinha forças para fazer nada, nem para ir ao dentista ou para a igreja. Sentia-me indigna. Mas, com o tempo e o tratamento, comecei a ver que, na verdade, o que eu pensava ser o fim, era apenas um novo começo.
A depressão não é algo que desaparece da noite para o dia. Precisei de medicamentos, de terapia, e principalmente, do apoio da minha família. Meu irmão me inscreveu em um curso de informática, onde aprendi a usar o pacote Office. E, aos poucos, comecei a reconstruir minha vida. Uma amiga me levou de volta à igreja, e no início, foi extremamente difícil. Eu me sentia sufocada, como se estivesse presa por cordas invisíveis. Mas, com o tempo, comecei a encontrar paz.
Com 38 anos, voltei ao mercado de trabalho em um Contact Center. Foi uma reviravolta lenta, mas cada pequeno passo foi uma vitória. Tive o desejo de fazer faculdade e, mesmo enfrentando dificuldades, inclusive pegando algumas DPs, consegui me formar em Marketing. Depois, fiz uma pós-graduação, e hoje trabalho em um hospital, com orgulho de tudo o que conquistei.
Se você, mulher, está lendo isso e sente que não vai conseguir, saiba que eu também me sentia assim. Esta é a minha história, e assim como dizem que quem conta um conto, aumenta um ponto, espero que você encontre inspiração aqui. Se eu consegui, você também pode. A jornada pode ser difícil, mas ela é possível.